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✤ O QUE É KINOMICHI?

O Kinomichi é a combinação da tradição japonesa do Aikido com noções ocidentais de consciência do movimento e de leveza. Criado por Mestre Noro, discípulo do fundador do Aikido, Mestre Ueshiba, o Kinomichi é uma arte que une:

  • A estrutura e a energia da tradição da arte marcial

  • A cumplicidade e a harmonia da dança

  • O respeito corporal da antiginástica

  • A espiritualidade japonesa

  • E muito mais: o sorriso

 

O Kinomichi chega ao Brasil em 2004, trazido pela pernambucana Christiana Cavalcanti e pelo francês Victor Labouret, ambos discípulos do Mestre Noro desde 1990.

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O objetivo é desenvolver a harmonia através de movimentos energéticos com o parceiro. A energia das artes marciais, liberada do atrito, descobre outros rumos: o ataque vira contato e gera a abertura do coração. Sem golpe e sem defesa surge uma nova geometria corporal, que determina a energia do movimento. O espírito, livre da agressividade e do medo, libera o corpo.

✤ BEM-ESTAR FÍSICO
Desenvolve uma coordenação motora que alivia o estresse articular. Traz o equilíbrio da coluna vertebral no movimento e no respeito corporal mútuo.

✤ BEM-ESTAR EMOCIONAL
O sorriso surge a partir do movimento com o parceiro e do prazer na relação Terra-Homem-Céu. O Kinomichi pode ser praticado por todos, respeitando e preservando a individualidade e os limites de cada um.



PRINCÍPIOS

Temos aqui cinco princípios do Kinomichi a serem explorados e relacionados entre si. O desenvolvimento deles é o objetivo geral do Kinomichi. Ele foi criado em Paris em 1979 pelo próprio mestre Noro e vem aos poucos se difundindo pelo mundo. A prática do Kinomichi se divide em sete níveis, denominados “iniciações”.

✤ TÉCNICAS E INICIAÇÕES

As técnicas são estudadas com mãos nuas, com bastão Jô 杖, sabre de madeira Bokken 木剣 e sabre Iaito 居合刀, em pé ou ajoelhado, com controle no solo (isto é o alongamento profundo do ombro) ou com projeção (isto é a continuação da espiral e da energia terra-céu em harmonia com o solo e o parceiro, liberado das contingências da gravidade), com um parceiro ou mais de um, de maneira codificada ou livremente.

 

A riqueza técnica dessa arte e a profusão de variações podem fazer acreditar em sua complexidade. Apesar disso, um estudo aprofundado e sustentado pela presença de um mestre permite perceber a simplicidade que revela a compreensão dos princípios. Assim, cada variação abre uma porta na direção de seus parceiros. Retomando o método didático de seu mestre Morihei UESHIBA, Mestre Masamichi NORO manteve 10 técnicas como base. A aprendizagem se faz por níveis de estudo ou iniciações.

Iniciação 1 - 6 primeiras técnicas de base.
Iniciação 2 - 19 movimentos com as 6 primeiras técnicas de base.
Iniciação 3 - 33 movimentos sobre todas as técnicas de base e sobre 2 formas de aproximação.
Iniciação 4 - 111 movimentos e 8 formas de aproximação.
Iniciação 5 - Todos os movimentos sobre as 16 formas de aproximação, com um ou mais parceiros.
Iniciação 6 - Aplicação como: suwari waza, kokyu waza, kaeshi waza e outras.
Iniciação 7 - Criatividade.

Prática do Jô e do Bokken - Símbolo da cavalaria japonesa, sua utilização contribui para apurar as sensações corporais e as posições de base.

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✤ TERRA-CÉU: A DIREÇÃO DA ENERGIA

Aqui afinamos a consciência do nosso corpo e das nossas tensões musculares e articulares para deixar circular a força. Sensibilizando, experimentando e brincando com a força da gravidade, nos tornamos mais íntimos do nosso próprio peso.

Através dos apoios com o solo, vamos nos aprofundando na relação terra-céu; a energia passa dos pés até as mãos e dos pés até a cabeça (reflexos antigravitários, que nos são fisiologicamente inatos). A união dessas duas forças gera movimento.

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✤ CONTATO COM O(S) OUTRO(S) – ORGANIZAÇÃO COLETIVA DA ENERGIA

O contato a dois ou em grupo cria uma relação entre os parceiros em que a harmonia e a força permitem criar espirais, espaços e ritmos diferentes, sem que haja submissão nem dominação.

Ambos os lados são ativos e dividem o prazer de comunicar com seus corpos em movimento. O contato é, de um lado, uma escuta do parceiro e, de outro, um “olho sobre nós mesmos”. Cada um deve estar atento à sua própria organização e ao que percebe do outro.

Nos seis movimentos de base realizamos o contato através das mãos compreendendo a totalidade do corpo e a unidade no movimento dos parceiros. Não existe ataque, defesa, concorrência; no contato buscamos a expressão da unidade de ambos os participantes. No contato, pedimos para não forçar, não se crispar, ficar aberto, o que em eutonia chamamos "consciência do espaço interior".

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✤ DESBLOQUEAR O CORPO – ORGANIZAÇÃO INDIVIDUAL DA ENERGIA

Perceber as tensões musculares e articulares. Ter consciência dos próprios bloqueios e trabalhá-los com paciência e abertura. Aqui pensamos nas cordas de um violão que produzem um bom som quando bem afinado; as cordas não podem estar frouxas nem muito esticadas.

O corpo está bloqueado quando no movimento a espiral e a força não conseguem passar livremente dos pés até as mãos e dos pés até a cabeça – trajeto natural da energia terra-céu. Respeitando a morfologia de cada um, podemos perceber nossos bloqueios através do contato e trabalhá-los.

 

Desbloquear o corpo permite o encontro de uma boa tensão muscular e de uma qualidade elástica para nossos movimentos. O processo de busca é tão importante quanto o resultado.

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✤ ALONGAMENTO – A QUALIDADE NA PASSAGEM DA ENERGIA

Um alongamento resulta do corpo que se expande e que vai em direção a um objetivo. Entre os dois, o corpo se organiza. É aqui que as noções de unidade, de cadeia muscular e de morfologia intervêm. Os exercícios de alongamento praticados no chão (deitado, sentado ou de joelho) na primeira iniciação se aproximam do trabalho da doutora Ehrenfried, Gerda Alexander e Moshe Feldenkrais. Ler mais >

Nesta primeira fase de iniciação do Kinomichi, os exercícios de alongamento são igualmente propostos em pé e a dois, num trabalho chamado contato (já citado acima), e na técnica dos seis movimentos de base (três movimentos de céu e três movimentos de terra) em que as cadeias musculares se enrolam para dentro e se desenrolam para fora. No trabalho a dois, ambos se ajudam, juntos se constroem mesmo que cada um tenha uma experiência diferente.

É também importante a atenção que damos à percepção de nossas próprias sensações e, sobretudo, sua duração. Abertura, suavidade, escuta, paciência, apoios, soltura, respiração livre devem estar presentes quando alongamos. O alongamento une espirais e expansão; nunca pensamos em inspirar.

Não dirigimos nossa respiração, apenas tomamos consciência do quanto precisamos “soltar”, “deixar sair o ar”, “sorrir”. O alongamento está associado à energia terra-céu e à unidade do corpo em movimento. O que o Kinomichi traz para o alongamento é a busca da unidade corporal e a ligação terra-céu em espirais.

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